Como as sondas enviam as imagens de Marte?
Comunicação efetiva é um dos requisitos mais fundamentais de qualquer missão espacial. Astronautas (EUA) ou Cosmonautas (RÚSSIA) em missões espaciais precisam ser capazes de entrar em contato com as unidades terrestres o tempo todo para executar todos os tipos de requisitos de missão, manobras e medidas de contingência.
Mesmo objetos não tripulados, como satélites artificiais e sondas espaciais, precisam se comunicar com a estação terrestre consistentemente para trocar informações. Então, como esses objetos, que estão a centenas, milhares ou até milhões de quilômetros de distância do planeta natal, conseguem entrar em contato com pessoas ligadas à Terra?
As sondas espaciais da NASA em Marte, por exemplo, enviam imagens para a Terra através de um processo complexo que envolve várias etapas e tecnologias avançadas. Aqui está uma visão geral de como isso acontece:
Captura de Imagens
As sondas espaciais, como o rover Curiosity ou a sonda orbital Mars Reconnaissance Orbiter, são equipadas com câmeras de alta resolução que capturam imagens da superfície de Marte. Essas câmeras podem tirar fotos em diferentes espectros de luz, como o visível, infravermelho e ultravioleta.
Processamento Inicial
As imagens capturadas são processadas inicialmente a bordo da sonda. Esse processamento pode incluir a compressão de dados para reduzir o tamanho dos arquivos e a aplicação de correções para preparar a imagem para o transporte.
Transmissão para Orbitadores
Se a imagem foi capturada por um rover na superfície de Marte, ela primeiro é transmitida para um dos seus dois dois orbitadores – Mars Odyssey e Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) – que “sobrevoam” Marte no meio ou no final da tarde. Há também um terceiro orbitador europeu, chamado Mars Express, mas ele geralmente é usado como reserva para missões da NASA. Isso é feito usando comunicações de rádio de alta frequência. Os orbitadores, atuam como repetidores, recebendo dados do rover e retransmitindo-os para a Terra.
Transmissão para a Terra
Uma vez que um orbitador recebe os dados, ele os transmite para as grandes antenas da Deep Space Network (DSN), já em nosso planeta. Existem três estações DSN ao redor da Terra – na Espanha, Austrália e Califórnia para garantir uma cobertura contínua mesmo com a rotação do planeta – e os dados são captados pela antena que está mais “alinhada” com o orbitador que os envia.
O Odyssey por exemplo envia as informações a 256 Kbps (quilobits por segundo).
Veja no link abaixo o status em tempo real de cada antena
https://eyes.nasa.gov/dsn/dsn.html
Recepção e Processamento na Terra
Os sinais de rádio recebidos pela DSN são convertidos de volta em dados digitais. Esses dados são então processados por cientistas e engenheiros na Terra, que aplicam técnicas avançadas de processamento de imagem para corrigir qualquer distorção e melhorar a qualidade das imagens.
Análise e Distribuição
As imagens processadas são analisadas por cientistas para obter informações sobre a geologia, atmosfera e outras características de Marte. Além disso, essas imagens são frequentemente disponibilizadas ao público através de sites oficiais da NASA e outras agências espaciais.
Esse processo permite que as imagens de Marte cheguem à Terra com alta qualidade, possibilitando uma exploração detalhada do planeta.
E A Rússia?
Até agora falamos da rede da NASA, mas a Rússia também possui a sua Rede de Espaço Profundo para se comunicar com os seus cosmonautas, sondas e satélites.
Existem quatro antenas principais, todas em territórios russos:
Uma antena de 70 metros em Galenki perto de Ussuriisk , no Krai de Primorsky , Rússia
Uma antena de 64 metros em Bear Lakes, perto de Moscou , Rússia
Uma antena de 64 metros em Kalyazin , Rússia
Uma antena de 70 metros em Yevpatoria , na Crimeia , atualmente ocupada pela Rússia
Concluindo
Quando alguém disser que é impossível se comunicar com Marte porque nem mesmo o Wi-Fi dele pega do outro lado da casa, pergunte se o Wi-Fi dele possui antenas de 70 metros de diâmetro como essas abaixo: